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IOF As incertezas que atrasam o progresso e a ordem das coisas na economia brasileira

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No mundo dos negócios e da economia, a única certeza que os agentes precisam para avançar é saber quais serão as regras do jogo. Não precisam ser regras perfeitas, desde que sejam claras, estáveis e aplicáveis de forma coerente. 

Quando isso não acontece – como tem ocorrido com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) –, a consequência é a paralisia. E, mais cedo ou mais tarde, a fatura da indefinição chega cara para todos.

Desde que o governo decidiu elevar o IOF sobre as operações de crédito, em maio, para gerar uma receita extra estimada em R$ 60 bilhões até 2026, o mercado ou a operar em estado de alerta. A medida foi recebida com forte resistência por parte de instituições financeiras, cooperativas de crédito e empresários, que apontaram falhas técnicas no decreto, ausência de diálogo prévio e insegurança jurídica. O Congresso Nacional ensaiou uma reação, ameaçando derrubar a medida. Em resposta, o governo federal recuou e ou a reformular o plano.

O problema é que, nesse intervalo, contratos ficaram em como de espera, operações foram suspensas e a confiança no ambiente regulatório brasileiro sofreu mais um abalo. A tentativa de improvisar soluções fiscais urgentes acabou travando setores inteiros – e a promessa de arrecadação extra encolheu para apenas R$ 18 bilhões. Ou seja: criou-se um problema político e econômico para resolver uma necessidade fiscal, sem garantir a solução de nenhum deles.

Para contornar o ime, o governo publicou, na noite desta quarta-feira, uma nova medida provisória (MP) que eleva impostos em outras frentes. A MP, que já entrou em vigor, afeta empresas de apostas esportivas, instituições financeiras, investidores e até quem aplica em títulos antes isentos de Imposto de Renda (IR). Seguem abaixo alguns dos principais pontos.

– Apostas esportivas: a alíquota subiu de 12% para 18% sobre o rendimento das bets;
– Instituições financeiras: o piso da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi elevado de 9% para 15%, atingindo inclusive pequenas fintechs;
– Títulos antes isentos de IR: aram a ter alíquota de 5% sobre novas emissões de LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas, a partir de 2026;
– Operações de risco sacado: o IOF, o qual 
antes não incidia sobre essas operações, foi reduzido de 0,38% + 0,0082% ao dia, 
no anúncio inicial do governo, para 0,0082% ao dia, limitado a 365 dias;
– Juros sobre Capital Próprio (J): o IR sobre a distribuição subiu de 15% para 20%;
– Unificação do IR sobre investimentos: a nova alíquota é de 17,5%, independentemente do prazo ou tipo de aplicação;
– Criptoativos: rendimentos de criptomoedas e ativos digitais am a ser tributados em 17,5%.

Segundo estimativas da Warren Investimentos, essa MP pode gerar R$ 44 bilhões em receitas adicionais à União em 2026. No entanto, ainda será preciso aprová-la no Congresso. E como afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não há compromisso firmado para isso.

Enquanto isso, os efeitos da instabilidade se acumulam. A cada nova mudança de rota ou tentativa de improviso, a percepção de risco sobre o Brasil aumenta. Investidores exigem prêmios maiores, empresas adiam planos e a atividade econômica desacelera.

Em vez medidas estruturais, o País parece preferir soluções paliativas, como o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, itiu ao dizer que a nova MP “atinge moradores de cobertura” – uma forma de dizer que afeta os mais ricos, o que ignora os efeitos de segunda ordem de ree do custo do imposto nos preços ao consumidor final e não resolve o problema central: a imprevisibilidade que assombra o ambiente de negócios e impede o progresso sustentável.

Incertezas custam caro. Desaceleram a economia, enfraquecem a arrecadação e obrigam o governo a recorrer a novas compensações que, muitas vezes, criam mais distorções do que soluções. O que falta não é criatividade fiscal, mas planejamento, previsibilidade e o compromisso com a estabilidade. Só assim será possível construir um caminho duradouro para o crescimento e o equilíbrio das contas públicas.

Cláudio Humberto

"Acho que virou um fetiche"

Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, sobre o governo culpar emendas pela crise fiscal

14/06/2025 07h15

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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PODER SEM PUDOR

O síndico mirim
 

Cláudio HumbertoO síndico mirim

ACM Neto mostrou desde cedo haver herdado o jeito ACM de se impor. Nos anos 1980, o alto clero carlista (Antonio Imbassahy w o ex-senador ACM Jr) morava no Condomínio Bosque Suíço, em Salvador. Aos dez anos, Neto quis ser síndico do condomínio, já indicando certa votação como gestor, como destacava o avô. Foi impedido pela convenção do condomínio, mas criou a figura do “síndico mirim”. Tinha até verba mensal. O ex-prefeito de Salvador ACM Neto, hoje favorito ao governo da Bahia em 2026, foi o primeiro e único a ocupar o cargo.

Fala de Haddad na Câmara comparada a fake news

O colérico ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse na Câmara tantas barbaridades, há dias, que economistas e educadores financeiros tão populares quanto respeitados, nas redes sociais, como Fernando Ulrich, gravaram vídeos demolindo cada uma delas. Haddad, desinformado, chegou a chamar de “calote nos governadores” o corte de impostos e no preço dos combustíveis por Bolsonaro, em 2022, mitigando impactos da guerra da Ucrânia. O ministro de memória curta disse outros desatinos.

Decisão do STF

Haddad diz que Bolsonaro aplicou “calote nos precatórios”. Fake news. O pagamento de R$95 bilhões foi adiado em 2022 por decisão do STF.

Aí tinha coisa

O STF atendeu pedido do governo Lula (com Haddad), em 2023, para pagar precatórios de R$100 bilhões, mas fora do limite de gastos.

Viva a Eletrobras

Outra lorota é que a Eletrobrás “foi vendida na bacia das almas”. Livre dos roubos petistas, a empresa hoje vale muito mais. E agora dá lucro.

Dividendo é direito

Haddad diz que a Petrobras foi “depenada” por pagar dividendos. Fake. Essa remuneração é devida aos acionistas. Mas só quando dá lucro.

Haddad critica supersalários, mas não os enfrenta

Fernando Haddad e seus porta-vozes agora desafiam o Congresso a “enfrentar” a questão dos supersalários, mas isso é só da boca pra fora, como observou o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), durante entrevista ao podcast Diário do Poder: não há qualquer iniciativa do ministro da Fazenda nessa direção, nem dos políticos que apoiam o governo Lula (PT) no Congresso. Ao contrario, o PT e aliados votaram contra todos os projetos de combate ao marajaísmo no serviço público.

Do bolso pra fora

Hattem vê as hipocrisias do PT no dia a dia, como criticar benefícios fiscais, enquanto os distribui aos bilhões na reforma tributária.

Realidade é outra

Para Hattem, o governo Lula trata supersalários como benefícios fiscais: só falam. “Vai ver o que foi aprovado aí na reforma tributária”, desafia.

Governo

“Atacar salários altos eu sou completamente a favor, penduricalhos, privilégios… faça sua proposta. Mas eles não apresentam”, lamenta.

Vai virar caso de polícia

Apesar de o relatório da I das Bets ter sido rejeitado pelos senadores, a relatora Soraya Thronicke (Pode-MS) prometeu entregar às autoridades policiais toda a documentação obtida pela comissão.

ando vergonha

O governo Lula (PT) continua ando vergonha lá fora. Silenciou no ataque terrorista a Israel que matou mais de 1200, incluindo cinco brasileiros, mas ontem fez a defesa do Irã, que financia os terroristas.

Jogo perigoso

O senador Márcio Bittar (União-AC) vê a prisão do ex-ministro Gilson Machado como “impulso sem provas, urgência ou lógica”. Acha que “Moraes age como jogador desesperado prestes a perder o controle”.

Algo muito errado

Chefe da Secom no governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten diz que “há algo de muito errado nessa história”, após Gilson Machado ser preso por suposta ajuda na fuga de Mauro Cid, que foi solto. O ex-ministro disse que tratou de aporte para seu pai, nada a ver com Cid.

Como fui?

Dois dias antes da prisão, o ex-ministro Gilson Machado falou ao telefone com o Jair Bolsonaro, de quem é amigo. A pedido, avaliou como o ex-presidente tinha se saído no depoimento no STF.

Direção de Censura

Legislando para “regular” redes sociais, ministros defenderam a criação de um órgão, digamos, censor. Modelo da ditadura chinesa foi elogiado, mas o DIP da ditadura Vargas e a Pide salazarista são mais familiares.

Carla hoje, você amanhã

Pesou a orientação do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), contra simples chancela da decisão do STF contra Carla Zambelli (PL-SP). Foi alertado para o precedente.

Remédio com lei

Chefe do departamento de Saúde dos EUA, o ministro da Saúde de lá, Robert F. Kennedy Jr. planeja impor proibição nos EUA de propaganda de remédios na TV. No Brasil, a proibição existe desde 1996.

Pensando bem…

…antes de virar Venezuela, há o período de China pobre.

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CLÁUDIO HUMBERTO

"Tempos assustadores"

Senador Sergio Moro (União-PR) sobre ministros do STF irarem a ditadura chinesa

13/06/2025 07h12

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Ministros brigam por jatos da FAB: sobram três

O uso excessivo dos jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) no governo Lula impôs a manutenção em sete das dez aeronaves da frota a serviço da mordomia de ministros de Estado e comandantes militares e, oficiosamente, de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A farra com jatinhos, muito utilizados por bilionários com o dinheiro deles, fez sobrar só três jatinhos operando, em razão do desgaste. A briga pela regalia já provocou tentativas de furar a fila, “carteiradas” e bate-bocas.

Economizar para quê?

Haddad é recordista (67 voos só este ano) é quem mais reclama da falta  de jatinhos, segundo servidor que lida com o ego de suas excelências.

Nas asas da FAB

Em junho, Haddad voa em média dia sim, dia não. Supera o presidente do STF, Luís Roberto Barroso (60 voos em 2025), que adora viajar. 

Tem os folgados

Sonia Guajajara (Povos Indígenas) exigiu viagem de helicóptero por 11 horas. Difícil foi entender que a aeronave não tem tanta autonomia.

Bico fechado

A FAB foi procurada para esclarecer a situação dos aviões que, para alívio de quem banca tudo, não voam mais. O espaço segue aberto.

STF virou uma Corte política, afirma van Hattem

Para o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o Supremo Tribunal Federal (STF) “deixou de ser uma corte jurídica e ou a ser corte política”.

Segundo o parlamentar expôs ao podcast Diário do Poder, o presidente Lula e o PT também atuam para atropelar atribuições do Legislativo, como acontece com o aumento do IOF.

Para van Hattem, a atuação firme do Congresso, dentro dos limites constitucionais, pode ser o “antídoto”, mas a solução deve ocorrer após as eleições de 2026.

Reação necessária

A reação é necessária, disse o deputado, “antes que acabem com o Congresso, como já aconteceu com a imunidade parlamentar”.

Faltaram votos

“O ministro Flávio Dino virou líder do governo no STF”, acusa van Hattem. “Alexandre de Moraes não é ministro, ele é um político hoje”.

Caminhos parecidos

Lula e o PT tentam fazer do Brasil uma Venezuela”, disse o deputado, chamando atenção para as “coincidências” de ambos os regimes.

Poder sem pudor

Lula (PT) escreveu mais um capítulo vergonhoso do seu governo no roubo aos aposentados: pediu ao STF para anular decisões judiciais que culpam sua gestão e o INSS pelo afano. E ainda tem a ousadia de escolher o ministro aliado Dias Toffoli para decidir sobre o assunto.  

Abra as asas sobre nós

Já se fala em censura no STF sem constrangimento. Viraliza vídeo de Luís Roberto Barroso sugerindo que o tribunal que preside imponha às redes o “ônus da remoção”, isto é, “ela (a plataforma) fazer a censura”.

Proposta esperta

Para quem achava que “o pior foi Gilmar dizer que o STF ira o regime chinês”, ditadura onde não há liberdade, o jurista André Marsiglia destacou a idéia esperta de Barroso de terceirizar a censura às redes.

Não sabem o que dizem

Na obsessão de “regular” redes sociais, Dias Toffoli disse que o Orkut foi “inventado por brasileiros”. É fake news. O inventor foi o turco Orkut Büyükkökten. Levou 4 anos para bombar no Brasil e foi extinta em 2014.

Ibaneis ordena rigor

Bastou pairar a suspeita de irregularidades de servidores do DF que o governador Ibaneis Rocha (MDB) mandou suspender os envolvidos e garantiu rigor nas investigações: “Não vamos aliviar”, avisou.

Taxadd só sabe taxar

Para o economista André Galhardo, o aumento do IOF é “inoportuno” e não resolve. Não basta mexer na aposentadoria de militares, BPC, pisos e supersalários. “Precisa de medidas estruturantes”, diz.

Alô, MPF

O Idec denunciou Alexandre Freire, conselheiro da Anatel, à Comissão de Ética da Presidência. O rolo tem a ver com parecer jurídico que as operadoras anexaram a um processo, assinado por um amigo de Freire.

Condenação coletiva

Funcionários do gabinete da ainda deputada Carla Zambelli (PL-SP) se deram mal por tabela com a condenação da parlamentar. Com a verba bloqueada, o pessoal que trabalha lá vai ficar sem salário.

Pensando bem...

...pode confiar: o governo que favoreceu o roubo a milhões de aposentados vai regular as redes sociais muito bem.
 
PODER SEM PUDOR

Ninguém merece

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é gente boa, mas um chato de galocha, prolixo e confuso. Certa vez, em 1994, num comício em Jaboticabal (SP), além de chegar atrasado, ele falou com seu tom de voz monótono por uma hora.

Nem a militância aguentou: as pessoas procuraram encosto nos carros, nos postes, e logo havia gente dormindo. Ele tentou fazer graça: “Gente, eu estou vendo daqui algumas pessoas dormindo. Vou pedir licença para falar mais baixo, porque não quero acordar ninguém...” E deitou falação por mais vinte minutos.

 

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