Nascido em Campo Grande e único sul-mato-grossense na disputa da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, conhecido popularmente como Supermundial, Matheus Martins deve ficar de fora da estreia do Botafogo na competição, que acontece na noite deste domingo (15), contra o Seattle Sounders (EUA).
Bastante utilizado no primeiro trimestre do ano, o ponta-esquerda não entra em campo desde o dia 30 de abril, após ter sofrido uma lesão na coxa esquerda em partida contra o Capital (DF), pela segunda fase da Copa do Brasil.
Porém, segundo informações apuradas pela equipe do Globo Esporte, Matheus está totalmente recuperado da lesão, mas segue em transição física e deve desfalcar o clube carioca nesta primeira rodada pelo tempo de inatividade dos gramados.
Nesta temporada, o campo-grandense entrou em campo 16 vezes, e marcou apenas um gol. Muito criticado por torcedores pelo baixo nível técnico apresentado em relação ao ano ado, uma transferência ou empréstimo do jogador a outro clube chegou a ser especulada, mas Matheus continuou no Fogão. Em 2024, fez parte do elenco botafoguense campeão da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro.
Depois do jogo deste domingo, o Botafogo ainda enfrenta o Paris Saint-Germain (França), na quinta-feira (19), e o Atlético de Madrid (Espanha), no dia 23. Em caso de classificação à próxima fase, as oitavas de final serão dia 28 ou 29, a depender da colocação do clube carioca no grupo.
Trajetória profissional
Revelado no Fluminense, Matheus subiu para o profissional antes de completar a maioridade, com apenas 17 anos. Durante seu tempo no elenco profissional do tricolor, ele atuou em 51 partidas, fez 6 gols e deu 5 assistências. Em janeiro de 2023, ele foi vendido à Udinese, pela bagatela de R$ 46,8 milhões. Porém, um dias depois de chegar ao clube italiano, o atacante foi emprestado ao Watford, da Inglaterra.
No clube inglês, ele ficou um ano e meio, sendo responsável por 6 gols e 3 assistências em 48 partidas. Após o fim do período de empréstimo, a negociação entre Botafogo e Udinese para transferência em definitivo chegou ao fim, com final feliz para a equipe carioca.
No dia 1º de agosto, o time do empresário norte-americano John Textor pagou 10 milhões de euros (R$ 60 milhões na cotação da época) ao Udinese, da Itália.
Enquanto vivia bom momento no Watford, Matheus apareceu em convocações da seleção brasileira sub-20, do qual chegou a atuar pela Copa do Mundo de 2023 da categoria, que não teve final feliz para o Brasil, sendo eliminado nas quartas de final para Israel, por 3x2. Na seleção, ele tem seis gols em 10 partidas.
No final de agosto de 2024, a reportagem do Correio do Estado entrou em contato com Fábio Manso, responsável por levar o atacante campo-grandense ao Fluminense (RJ), clube onde Matheus foi revelado, para contar um pouco mais sobre as origens do jogador.
"Ele veio aqui com 9 anos pra 10 anos, trouxe ele pra estudar aqui no colégio (ABC), jogar futsal para gente, e eu levei ele com 11 anos, 10 pra 11 anos pro Fluminense e ficou lá todo esse tempo, né? Até ser vendido para Udinese e depois agora voltou pro Botafogo", contou Fábio.
Segundo ele, Matheus morou e foi criado perto da Avenida dos Cafezais, próximo ao Jardim Paulo Coelho Machado. Hoje, sua família mora em Xerém, bairro em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Além de sua atuações no ano ado, o campo-grandense logo caiu nas graças do torcedor por ter sido idealizador da frase mais usada pelos botafoguenses nesses meses de ouro que o time vive: "É tempo de Botafogo!".
"Acabou pegando, mas foi bem natural. Não sabia que ia estar saindo com a repercussão toda. E a torcida agora usa nos estádios. Já vi bandeira no estádio do Nilton Santos, em todo lugar. Virou uma marca mesmo. Fico feliz de ter participado disso também. Então, acho que encaixei muito bem aqui, estou muito feliz", disse o campo-grandense.
Copa do Mundo de Clubes
Com a ideia de revolucionar e tornar mais atrativa a disputa entre clubes intercontinentais, a FIFA criou a Copa do Mundo de Clubes, competição que será realizada a cada quatro anos e vai abranger 32 times de todos os continentes. Representando o futebol sul-americano, há seis equipes na disputa pelo título: Boca Juniors, Flamengo, Botafogo, Palmeiras, Fluminense e River Plate.
Esta primeira edição terá como sede os Estados Unidos, país que também será uma das sedes da Copa do Mundo de seleções em 2026. Obviamente, além dos representantes do continente americano, há grandes europeus, como Real Madrid, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, Manchester City, Juventus, entre outros.
Além da parte midiática, há também uma bela recompensa financeira aos participantes. Só por disputar, cada clube da América do Sul recebeu US$ 15,21 milhões (cerca de R$ 84,2 milhões na cotação atual). O campeão pode faturar até 125 milhões de dólares (aproximadamente R$ 700 milhões na cotação atual).
A partida de abertura acontece neste sábado (14), às 20h (de MS), com Inter Miami x Al Ahly, no Hard Rock Stadium, em Miami. Já a grande final acontece no dia 13 de julho, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, que também será o palco da decisão da Copa do Mundo de 2026.