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Mauro Cid nega plano de fuga em depoimento à PF

Mauro Cid é um dos réus na ação penal da trama golpista; ele foi ouvido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Mauro Cid nega plano de fuga em depoimento à PF

Mauro Cid nega plano de fuga em depoimento à PF - Divulgação

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro (PL), negou nesta sexta-feira, 13, em depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, ter montado um plano para fugir do Brasil. Ele foi ouvido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mauro Cid é um dos réus na ação penal da trama golpista. O tenente-coronel fechou acordo de colaboração premiada e, em troca da confissão e das informações compartilhadas na delação, conseguiu limitar sua pena a no máximo dois anos de prisão.

O processo está prestes a entrar na fase final. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-ajudante de Bolsonaro teria planejado uma fuga justamente por estar às vésperas do julgamento. A PGR pediu que fosse decretada uma nova prisão preventiva do tenente-coronel, mas o Moraes só autorizou buscas na casa dele.

A ida de sua família aos Estados Unidos, no último dia 30, também colocou os investigadores em alerta. Os pais, a mulher e filha do tenente-coronel viajaram a Los Angeles.

Em depoimento, Mauro Cid negou a intenção de deixar o Brasil sem autorização judicial. Disse que tem cidadania portuguesa e lembrou que isso já havia sido comunicado ao STF em fevereiro. Na ocasião, os advogados se ofereceram para entregar a carteira de identidade portuguesa ao ministro Alexandre de Moraes.

Sobre a viagem da família, explicou que foram visitar parentes nos Estados Unidos, com data marcada para retorno.

Mauro Cid também foi questionado sobre as mensagens reveladas pela revista Veja, atribuídas a ele. Segundo a reportagem, o tenente-coronel usou um perfil no Instagram em nome de "Gabriela" (@gabrielar702) para se comunicar com uma pessoa próxima ao círculo de Bolsonaro ao longo do processo de delação, em uma espécie de jogo duplo.

O ex-ajudante de ordens voltou a negar a autoria das mensagens. A primeira vez que ele foi questionado sobre os diálogos foi na segunda-feira, 9, durante seu interrogatório na ação do plano de golpe. O tema foi levantado pela defesa do ex-presidente.

Não é a primeira vez que a delação premiada do tenente-coronel é ameaçada. Em março de 2024, a Veja divulgou áudios em que Mauro Cid criticou a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes pela condução das investigações e afirmou ter sido pressionado a confirmar uma "narrativa pronta".

No interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, na última segunda, o militar justificou que fez "um desabafo de um momento difícil" e reiterou todo o conteúdo de sua delação.
 

ajuste fiscal

Haddad confirma IR de 17,5% sobre rendimentos de aplicações

Segundo Haddad, o governo também pretende enviar um projeto de lei complementar para reduzir em 10% as isenções fiscais num segundo momento

11/06/2025 07h34

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou fazer estimativas sobre o aumento da arrecadação com o aumeto dos impostos

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou fazer estimativas sobre o aumento da arrecadação com o aumeto dos impostos

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As medidas de compensação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incluirão uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aplicações, confirmou nesta terça-feira (10) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“A média da tributação das aplicações financeiras já é 17,5%. Então, nós estamos fixando uma alíquota para todas as aplicações financeiras no mesmo patamar. Hoje ela vai de 15% [para aplicações de até dois anos] a 22,5% [para aplicações de longo prazo]”, disse Haddad, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro também citou na reunião uma alta de 15% para 20% no Imposto de Renda sobre os Juros sobre Capital Próprio (J). Embora a medida tenha sido rejeitada em 2023 pelo Congresso, Haddad disse que o tema foi incluído no pacote por sugestão de parlamentares.

Por cerca de duas horas, Haddad explicou a Lula as propostas acertadas com líderes partidários na reunião de domingo (8). Segundo o ministro, os textos das propostas foram encaminhados à Casa Civil antes do envio ao Congresso Nacional.

Segundo Haddad, o governo também pretende enviar um projeto de lei complementar para reduzir em 10% as isenções fiscais num segundo momento. O modelo do corte, explicou o ministro, ainda será definido pelo Congresso. Em relação às medidas de contenção de despesas, o ministro disse que elas serão discutidas por uma comissão de líderes partidários, com participação de integrantes da equipe econômica.

Prudência

Sobre a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que o Congresso Nacional não se compromete a aprovar o pacote para compensar a alta do IOF, Haddad disse ver como prudente a avaliação do parlamentar.

“Uma fala de prudência, lá não estavam os 513 parlamentares. Como é que ele pode tomar uma decisão de aprovar ou não sem ouvir as bancadas?”, questionou Haddad. “Entendo que o Congresso Nacional queira primeiro ouvir e depois, ao longo da tramitação da medida provisória, fazer as suas ponderações”, acrescentou.

Ao fim da reunião de domingo, que durou cinco horas, Haddad, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciaram uma medida provisória com a elevação de receitas que permitam compensar parcialmente a elevação do IOF. O debate sobre cortes estruturais de despesas, no entanto, ficou para um segundo momento diante da falta de consenso entre o governo e os líderes partidários.

As propostas

Aumento da taxação do faturamento das bets (empresas de apostas esportivas) de 12% para 18%;
Elevação de 9% para 15% as alíquotas da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) sobre fintechs e corretoras.

Fim de isenção de Imposto de Renda sobre títulos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito Agrícola (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que arão a pagar 5%.

O ministro evitou dar estimativas de quanto o governo pretende arrecadar com as medidas. Disse apenas que os cálculos ainda estão sendo fechados.

Contenção de gastos

Em relação às medidas de contenção de despesas, o ministro da Fazenda disse que o Congresso se reunirá com a área econômica para “enfrentar” esse debate. Segundo o ministro, será formada uma comissão de líderes para discutir os gastos primários.

“[Pretendemos] fazer um inventário do que já foi proposto, do que é politicamente viável, do que as pessoas estão querendo enfrentar, dos debates que os deputados e senadores querem enfrentar e vamos dar o e técnico para uma melhor conformação da medida possível”, declarou.

Na reunião com os parlamentares no domingo, o ministro levou uma apresentação que mencionava uma explosão de gastos nos últimos anos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Benefício de Prestação Continuada (BPC), das emendas parlamentares, do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e das transferências para estados e municípios.

DEMOCRACIA

STF inicia 2º dia de interrogatórios do núcleo 1 da trama golpista

Depoimentos serão por ordem alfabética e o ex-presidente Jair Bolsonaro é o quarto nesta lista e possivelmente não será interrogado hoje

10/06/2025 07h24

No primeiro dia, a maior parte do tempo foi dedicada ao depoimento do coronel Mauro Cid, delator da suposta tentativa de golpe

No primeiro dia, a maior parte do tempo foi dedicada ao depoimento do coronel Mauro Cid, delator da suposta tentativa de golpe

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O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (10), às 9h, o segundo dia de interrogatórios dos réus do núcleo 1 da trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro.

O primeiro depoimento será do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), o almirante teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro para ações golpistas.

A fala do militar teria ocorrido durante reunião realizada em 2022 com os comandantes das Forças Armadas. Durante o encontro, Bolsonaro apresentou estudos para decretação de estado de sítio e de operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seguida, os demais réus serão interrogados pelo ministro Alexandre de Moraes em ordem alfabética. A audiência está prevista para ser encerrada às 20h.

Confira a ordem dos depoimentos:

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, general de Exército e ex-ministro de Bolsonaro.

Primeiro dia

Ontem (9), no primeiro dia de interrogatório, foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem sobre as acusações de participação na trama.

Cid confirmou que esteve presente em reunião na qual foi apresentado ao ex-presidente Jair Bolsonaro documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e prisão de ministros do STF.

O militar também confirmou que recebeu dinheiro do general Braga Netto para que fosse reado ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos kids-pretos, esquadrão de elite da força.

Ramagem negou ter usado o órgão para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo de Jair Bolsonaro.

Interrogatórios

Até a próxima sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participar do "núcleo crucial" de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano.

Em caso de condenação, as penas am de 30 anos de prisão.

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